É o momento de nos despedirmos. Assim como na posse e na abertura deste Congresso, os sentimentos são os mais variados, são marcos importantes na nossa trajetória profissional e de vida. A alegria está presente em razão de tudo o que conseguimos realizar e devido a esses dias festivos, mas é também uma ocasião de separação e de descontinuidade de um trabalho que viemos aprendendo a fazer.
A FEPAL é grande e forte, mas necessita de cuidados e de mudanças constantes. Precisa se voltar para o mundo em que vivemos, para as realidades e para as desigualdades da América Latina, precisa dar continuidade ao processo de conscientização, que iniciamos nesta gestão, a respeito dos grupos que ficam excluídos de nossos processos de seleção nos institutos de formação psicanalítica, como, por exemplo, as populações indígena e negra. Precisa garantir bolsas de acesso à formação psicanalítica, aos congressos e aos eventos de nossas instituições, o que foi votado e aprovado em nossa última Assembleia de Delegados. É imprescindível que se pensem ações que incluam jovens periféricos apartados do ambiente psicanalítico.
Dois anos de gestão é muito tempo por tudo que dedicamos e trabalhamos e, do mesmo modo, é um período demasiadamente curto por tudo que não se sabe e que se aprende no dia a dia, por aquilo que queremos mudar, mas que demanda tempo, pelo que só sabemos hoje, ao considerarmos a história e o percurso.
A convivência com inúmeros colegas foi um grande aprendizado, pessoas queridas, solícitas, dispostas a investir na psicanálise, a refletir e a difundir o pensamento psicanalítico, a dialogar com colegas de outros campos do conhecimento, abertas a conhecer e a escutar a imensidão e a diversidade de nosso continente e cientes do compromisso e da nossa relação com outras instituições.
Além disso, aprendi no contato com pessoas impacientes ou com mais dificuldade de compreender que realizamos um trabalho que se constrói em grupo, que a FEPAL é uma associação de psicanalistas que têm interesses comuns e, do mesmo modo, têm diferenças marcantes, inclusive na maneira de pensar e de conduzir a instituição.
De modo geral, foi um enorme prazer conhecer psicanalistas implicados com uma psicanálise democrática, que levam em conta as diferenças e as diferentes culturas.
Ao escrever me lembrei dos inícios e existem pessoas e grupos que preciso nomear e agradecer:
À Lúcia Palazzo, o meu primeiro agradecimento por ter sido ela, na qualidade de presidente da SBPRJ, Sociedade da qual eu faço parte, que indicou o meu nome com uma bela carta de apresentação que, desde então, faz parte do meu currículo.
À SBPRJ, que aprovou o meu nome em Assembleia com bonitos votos de êxito na função.
Aos presidentes das instituições brasileiras, que assinaram a carta endossando-a.
Aos presidentes das organizações da América Latina, aos daquela ocasião e aos atuais, pelo apoio e pelas contribuições.
Aos amigos, que aderiram a um grupo de WhatsApp, criado pela Lúcia, e fizeram uma campanha amorosa. Foi importante e encorajador acompanhar aquele movimento.
Quero agradecer à minha diretoria, eles são tão queridos, admiráveis e competentes que preciso nomeá-los e chamá-los para se juntarem a nós nesta mesa: a primeira seria a minha querida e inesquecível amiga, Joyce Goldstein, da SPPA, o que ela me ajudou e me apoiou só eu sei, embora muitos tenham testemunhado. Guardarei com amor as minhas recordações e o enorme carinho que sentia por ela.
Ana Velia, querida, sente-se ao meu lado, você foi uma companheira preciosa, afável e cuidadosa neste momento difícil pelo qual passamos, muito obrigada pelo seu carinho. Ana Velia assumiu a secretaria geral.
O segundo é o mais tranquilo tesoureiro que a FEPAL já teve, além de sério e comprometido com a função: Pablo Santander (Chile).
O meu agradecimento à amiga Marina Massi (SBPSP), coordenadora científica, em alguns momentos foi difícil, mas dávamos um jeito de tornar mais fácil, agradeço-lhe por todo o seu trabalho, pela sua dedicação, pela sua persistência, e por termos compartilhados situações de tensão, sabendo retornar à tranquilidade. A você e à sua incansável e admirável equipe: Abgail Betbedé, Agustina Fernandez, José Galeano, Maria José Tavares, Maria Luísa Checa, Rafaela Degani e Ximena Palabé, muito obrigada!
À Adriana Pontelli (Argentina, Córdoba), pessoa doce, delicada, gentil e inteligente, mas igualmente firme, todo o meu agradecimento.
Ao Álvaro Zas (Uruguai), que nos abandonou por um nobre motivo, e à querida Ana Irigoyen (Uruguai), que assumiu a Sede com mãos de ferro e me ajudou discretamente nas questões burocráticas. Obrigada, querida!
À Diana Zac (Argentina, BsAs) por seu pensamento bem-informado e por seu papel persistente no cuidado com a psicanálise além da nossa caixinha, muito obrigada pelo trabalho realizado no Departamento de Comunidade e Cultura.
À Maria Pia (Peru) por todos os seus esforços à frente do Conselho Profissional, você o conduziu com leveza, mas sem deixar de se preocupar com detalhes importantes que envolvem o bem-estar dos membros. Obrigada pela sensível condução das crises.
À Zoila Ortis (Colômbia), por sua criatividade, atenção e condução da coordenação de Infância e Adolescência. Parabéns pela eficiente e bem-sucedida realização dos inter-regionais.
Aos suplentes que participaram conosco, se empenharam e construíram junto: Sérgio Lewkowicz (SPPA), grande e experiente companheiro; Juan Dittborn (Chile), toda a minha confiança; Maria Cristina Fulco (Uruguai), amiga e grande incentivadora; Lúcia Palazzo (SBPRJ, Rio) liderou lindamente todo o trabalho de divulgação do Congresso; Alberto Moreno (Uruguai), só nos vimos presencialmente uma vez, mas foi o bastante, senti-o como um amigo; Alicia Breseño (México), presente, leal e sincera, foi um grande prazer conhecê-la; Patricia Infante, discreta, entretanto, invariavelmente atenta e sensata; Anabella Sosa, com característica semelhante à de Patrícia, também é uma pessoa discreta, mas pude ver o seu dinamismo e liderança no inter-regional de Infância e Adolescência. Os suplentes foram grandes parceiros no desenho de nosso trabalho.
Além deles e de suas equipes, que fizeram comigo a gestão institucional e de Congresso, agradeço à Silvia Blechler, secretária executiva, que sustenta a memória e a organização dos trâmites oficiais.
Ao Léo Mangiavach, o nosso talentoso designer; à Sofia e à Mariana, que chegaram no meio do caminho, mas foram fundamentais na comunicação e nas publicações de nossas notícias.
Um agradecimento especial aos presidentes da FEBRAPSI, ao anterior e ao atual, Hemerson Mendes e Luiz Toledo, por terem gentilmente nos cedido dois grandes funcionários: Bernardo Nemer, designer, e Taís Maia, assessora de comunicação, foi uma alegria e um luxo tê-los conosco. Todas as peças de divulgação que vocês recebiam foram criadas por eles com a arte do Regys, o designer que criou a imagem visual do Congresso.
À Comissão Local por terem entrado com suavidade no espírito do Congresso e, de maneira consistente, terem criado espaços de respiro para o pensamento intelectual, eles nos trouxeram arte e inspiração. Carlos, Gisela, Eloá e Samantha (SBPRJ). Carlos Eduardo Teixeira de Souza, Juliana Besteiro, Ligia Estanqueiros (SPRJ), André do Vale e Hellen Mary Costa (SBPRJ).
À Susana Balparda, diretora do ILAP, e a toda a sua diretoria pelo brilhante e seríssimo trabalho realizado.
Às comissões e aos grupos de estudos que realizaram um trabalho encorpado, sensível e contínuo, compartilhando as suas investigações psicanalíticas com o conjunto da FEPAL.
À Carolina Garcia, editora-chefe de Calibán, a elegante e sólida revista da FEPAL, pela condução firme e impecável das edições. E à toda Equipe Calibán.
À OCAL, através de seu presidente Thércio Brasil, pela parceria e pelo frescor que trouxe para os nossos debates.
Aos representantes do Board da IPA, o nosso agradecimento e confiança.
Ao meu querido, Jorge Oliveira, pela paciência e pela amorosa companhia.
Eu sei que os agradecimentos são repetitivos, mas eu não podia deixar de mencionar essa turma que faz a FEPAL funcionar. Ao todo, contando com os inúmeros psicanalistas que trabalham para a revista Calibán, somos 370 pessoas. Era o mínimo que eu podia fazer por um grupo enorme que trabalha por paixão pela psicanálise.
Agradeço com carinho à Colab208, empresa que nos ajudou a montar o Congresso: à diretora Ana Monteiro, ao Sandro, à Patrícia, à Flávia: muito obrigada.
À Flávia Palazzo, fotógrafa que eternizou os bons momentos que passamos juntos, meu carinho e agradecimento.
Hoje à noite vamos festejar e brindar os acontecimentos, estaremos todos juntos, depois, cada qual irá para as suas casas e, talvez, voltemos a nos encontrar daqui a dois anos ou em outras ocasiões. Sentirei a falta dos meus companheiros de trabalho, dos funcionários e da rotina que põe a máquina para funcionar.
Deixamos um legado, os projetos, os livros publicados das diretorias sob a direção geral de Marina Massi, e o desejo de que a FEPAL continue a crescer, com o foco na psicanálise latino-americana.
Desejo muito sucesso à nova gestão e estaremos à disposição para o que precisarem.
Muito obrigada.
Wania Maria Coelho Ferreira Cidade